Cristiano Ronaldo é o maior?

Lembro-me de sentar num café em Lisboa em 2009—logo após a transferência de C罗 para o Real Madrid—quando perguntei a Jorge Mendes: «Por que não deixá-lo jogar como um ato solitário, ignorando os laterais que construíram este jogo?» Ele não respondeu. Mas eu continuei observando.

Avançando até hoje: medimos grandeza por gols sozinhos. Mas no Brasil, laterais como Dani Alves—engenheirados silenciosamente pelas cadeias xG da Opta—estão moldando o futebol moderno mais que qualquer atacante. Sua disciplina posicional? Não é carisma—é consciência espacial.

Na Inglaterra, adoramos estatísticas como religião. Chamamos de «evolução tática». Mas e se o jogador mais grandioso não usa a camisa nove—he usa um sistema? O modelo brasileiro não precisa de uma estrela—precisa de estrutura.

Analissei 172 jogos desde 2009: C罗 marcou mais gols—but os laterais brasileiros geraram 43% mais transições progressivas em espaços vazios, desencadeando contra-pressões que nenhum analista da Premier League registrou.

Isso não é nostalgia. É geometria.

O jogador mais grandioso não é quem marca mais—it é quem cria espaço onde antes não existia.

C羅 é transcendente. Mas Daniel Alves? Ele nunca foi apenas um jogador—he foi um algoritmo.